Atletismo brasileiro comemora um ano do ouro de Alison dos Santos no Oregon

O dia 19 de julho é para ser comemorado – e muito pelo atletismo brasileiro. Nesta quarta-feira, o paulista Alison Piu dos Santos (Pinheiros-SP) completa um ano de sua brilhante conquista da medalha de ouro dos 400 m com barreiras no Campeonato Mundial do Oregon, Estados Unidos. Ele venceu de forma convincente a final, com o tempo de 46.29, recorde do campeonato, sul-americano e brasileiro – terceira marca da história – gravando seu nome entre os heróis do atletismo nacional.

Medalha de Alison dos Santos, 14ª do Brasil em um Mundial, completa um ano (Foto: Carol Coelho/CBAt)

Foi a 14ª medalha brasileira na história em Campeonatos Mundiais de Atletismo, iniciada em 1983, em Helsinque, na Finlândia e que completa 40 anos em agosto. Ele brilhou na pista do Estádio Hayward Field, na cidade de Eugene, superando dois norte-americanos: Rai Benjamin (46.89) e Travor Bassit (47.39), que ficaram com a prata e o bronze.

Orientado pelo treinador Felipe de Siqueira da Silva, Alison, que já havia conquistado o bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021, viveu momentos muitos especiais na competição e no ano, terminando invicto a temporada, com o título também da Liga Diamante, o mais importante circuito de competições da World Athletics.

No Mundial do Oregon, o brasileiro fez uma campanha perfeita na eliminatória, semifinal e final. O tempo de 46.29, na final, é o terceiro melhor da história da prova. Ele só fica atrás dos 45.94 do norueguês Karsten Warholm, recordista mundial, e do norte-americano Rai Benjamin, que tem 47.17, justamente os tempos alcançados na fantástica final da Olimpíada de Tóquio. Foi a primeira medalha de ouro em provas de pista do Brasil – a outra foi conquistada em 2011 por Fabiana Murer, em Daegu, na Coreia do Sul, no salto com vara.

De volta ao estádio Hayward Field no dia 20 de julho para buscar a sua medalha na cerimônia oficial do Mundial do Oregon ouviu o Hino Nacional do Brasil e depois puxou uma foto em pose de bad boys com os norte-americanos Rai Benjamim e Trevor Bassitt. Ainda dançou no centro do estádio com a mascote Big Foot para o público, com direito a fotos e vídeos.

Mesmo com a contusão e a cirurgia sofridas em fevereiro deste ano no joelho direito, Piu mantém o foco para o Mundial de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto, e para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Antes da Olimpíada, ele tentará o bicampeonato dos Jogos Pan-Americanos de Santiago de 29 de outubro a 5 de novembro deste ano, no Chile.

O atleta, de 2,00 m e 76 kg, sempre gostou de sonhar alto. Ele retornou às competições no domingo (16/7), em Silésia, Polônia, terminando em terceiro lugar nos 400 m rasos, prova que não é a sua especialidade. Mesmo assim, completou a volta na pista em 44.73, obtendo índices para o Mundial e a Olimpíada. Nada mal para a primeira competição do ano. “Temos de pensar grande e trabalhar muito para alcançar esses sonhos”, afirmou, recentemente.

Nesta sexta-feira (21/7), Alison disputa a etapa de Mônaco da Liga Diamante nos 400 m com barreiras. Ele enfrentará os seus principais adversários no Mundial de Budapeste. Estão confirmadas a participação do norueguês Karsten Warholm, campeão olímpico e recordista mundial dos 400 m com barreiras (45.94), e do norte-americano Ray Benjamin, prata em Tóquio e no Oregon (46.17).

Medalha de ouro no revezamento 4×400 m misto no Mundial Sub-18 de Nairóbi-2017, no Quênia, e bronze nos 400 m com barreiras no Mundial Sub-20 de Tampere-2018, na Finlândia, Alison, nascido em 3 de junho de 2000, em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, começou no atletismo ao ser convidado para fazer um teste na escola e, aprovado, foi chamado para treinar. Disse que demorou quatro meses para ir, incentivado por um amigo que treinava. Foi descoberto pela técnica Ana Fidélis, do Instituto Edson Luciano Ribeiro, em São Joaquim da Barra.

Alison também foi medalhista de prata com o 4×400 m misto do Brasil no Campeonato Mundial de Revezamentos da Silésia, correndo ao lado de Anderson Henriques, Tiffani Marinho e Geisa Coutinho, em 2021.

Seu desempenho foi reconhecido pelo Prêmio Brasil Olímpico, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) – Melhor do Atletismo em 2021 e 2022. E especialmente pelo Prêmio Loterias Caixa Melhores do Ano do Atletismo – Melhor Atleta de 2021 e 2022, em cerimônia realizada em São Paulo com a presença de integrantes da comunidade do atletismo. “Receber um prêmio por fazer bem o que você gosta é maravilhoso e mágico”, disse.

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