Atletismo Brasil enfrenta o desafio de um ciclo curto em busca de finais e medalhas

Nos Jogos da equidade, o atletismo terá 1.810 atletas, 905 mulheres e 905 homens; a delegação brasileira conta com 44 atletas (20 mulheres e 24 homens), com destaques como o medalhista olímpico Alison dos Santos, o Piu, bronze nos 400 m com barreiras em Tóquio-2020

O atletismo, esporte número 1 do programa olímpico e presente desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em Atenas-1896, começa na Olimpíada de Paris-2024 nesta quinta-feira, 1º de agosto, na Praça do Trocadéro, com a disputa dos 20 km da marcha atlética. A maratona feminina fecha a disputa no dia 11.

A equidade entre gêneros é a mensagem que o Comitê Olímpico Internacional (COI) quer passar ao mundo. O atletismo terá 1.810 atletas, 905 mulheres e 905 homens. A seleção brasileira tem 44 atletas (20 mulheres e 24 homens).

O esporte olímpico viveu um ciclo curto, de três anos, desde os Jogos de Tóquio, realizados em 2021 por causa da pandemia da COVID-19. A temporada de 2023 foi alongada pela realização dos Jogos Pan-Americanos de Santiago (CHI) no mesmo ano do Mundial de Budapeste (HUN), com muito treino e a busca por índices olímpicos e pontos no ranking mundial pela qualificação.

Os atletas que estiveram em Budapeste, em agosto de 2023, não tiveram tempo para descansar para dar continuidade na preparação para Santiago, que começou no fim de outubro – as provas somaram muitos pontos na corrida olímpica.

“Ao final do ano os atletas fizeram uma transição curta e deram sequência aos treinamentos, na temporada americana, em eventos no Brasil – dois GPs e o Ibero-Americano –, e na temporada europeia, em eventos com pontuação alta”, afirmou Claudio Castilho, diretor executivo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e chefe de equipe em Paris. O Troféu Brasil, em São Paulo, fechou a janela de índices, no dia 30 de junho.

“Procuramos estar alinhados com o comportamento da temporada mundo afora para que nossos atletas tivessem as mesmas possibilidades das outras nações. Oferecemos as possibilidades de competições e apoio com os nossos programas”, afirmou Castilho. 

Nessa corrida pelos índices – que são muito rigorosos pelo nível altíssimo do atletismo mundial – o Brasil, apontou Claudio Castilho, teve bons resultados com Luiz Maurício da Silva e Pedro Henrique Nunes, no lançamento do dardo; Izabela Rodrigues da Silva, no lançamento do disco; e com a marcha atlética que colocou equipe completa nos Jogos (três homens e três mulheres), além da dupla que vai competir na maratona mista da marcha.

Também destacou o revezamento 4×400 m no Mundial de Revezamentos das Bahamas e o revezamento 4×100 m, que mesmo sem bom resultado no Mundial, deve brigar por uma final. E, é claro, é grande a expectativa pela atuação de Alison dos Santos, o Piu, nos 400 m com barreiras, por seu desempenho no ano nas etapas da Diamond League. 

Alison dos Santos (Carol Coelho/CBAt)

Alison fez sua preparação final em Antalya, na Turquia, onde fica até esta quarta-feira (31/7). Piu estreia nos Jogos de Paris-2024 no dia 5 de agosto (segunda-feira), nas eliminatórias da prova, às 5h05 (de Brasília). A final está marcada para o dia 9/8 (sexta-feira), às 16h45 (de Brasília). Piu conquistou a medalha de bronze em sua estreia olímpica, nos Jogos de Tóquio-2020, com a marca de 46.72, e foi campeão mundial em Eugene-2022, com 46.29, seu recorde pessoal e recorde sul-americano da prova.

A marcha atlética inicia as disputas olímpicas em Paris

O experiente Caio Bonfim, que está em sua quarta participação olímpica, foi o primeiro a chegar em Paris, no dia 24 de julho. Ele e sua técnica e mãe, Gianetti Sena Bonfim, entraram na Vila vindos de um camping de treinamento em Serra Nevada, na Espanha.

No desfile de abertura os atletas Livia, Caio, Max e Hygor, em Paris (Divulgação)

Caio treinou em Paris e participou da Cerimônia de Abertura, na sexta (26/7). Teve a companhia de Max Batista, seu companheiro de clube (CASO-DF), e também de Livia Avancini (IPEC Londrina-PR) e Hygor Gabriel Bezerra (Projeto Atletismo Campeão-PE), que foram liberados pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) para disputar os Jogos Olímpicos.

Max, Hygor e Livia, que já estavam em Paris desde o dia 22 de julho para participarem do julgamento no CAS, entraram na Vila Olímpica neste sábado (27/7). A eles se juntaram mais três marchadores: Gabriela Muniz (CASO-DF) e Matheus Corrêa (AABLU-SC), que estavam em aclimatação no Complexo Esportivo de Rio Maior, em Portugal, e Viviane Lyra, que optou por camping de treinamento em Bogotá, na Colômbia.

“Abrimos a marcha no dia 1º, com time completo, e temos possibilidade de finais, além das medalhas. Estamos dando todo o apoio para que esses atletas possam exercer isso de fato”, afirmou Claudio.

Caio Bonfim, Matheus Gabriel Corrêa, Max Batista dos Santos, Érica Sena, Gabriela de Souza Muniz e Viviane Lyra competem na Praça do Trocadéro nos 20 km da marcha atlética, na quinta-feira (1/8). A prova masculina será às 2h30 (de Brasília) e a prova feminina, às 4h20 (de Brasília).

A partir do dia 2, sexta-feira, as competições serão no Stade de France e o Brasil terá nove atletas na primeira jornada. José Fernando Ferreira Santana, o Balotelli, inicia a disputa do decatlo (100 m, salto em distância, arremesso do peso, salto em altura e 400 m). Serão realizadas as qualificatórias dos saltos em altura (Valdiléia Martins) e triplo (Gabriele Sousa dos Santos), do lançamento do disco (Andressa Oliveira de Morais e Izabela Rodrigues da Silva) e arremesso do peso (Welington da Silva Morais), além das eliminatórias dos 100 m (Ana Carolina Azevedo e Vitória Rosa) e dos 800 m feminino (Flávia Maria Lima).

PROGRAMA DO ATLETISMO EM PARIS

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