O 44º Troféu Brasil de atletismo teve início nesta quinta-feira, 31, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, reunindo, pelo segundo ano consecutivo, atletas olímpicos e paralímpicos em uma mesma competição. A principal disputa interclubes da América Latina segue até domingo, 3, e tem transmissão ao vivo pelo Canal Olímpico e Canal Time Brasil no YouTube.

Entre os destaques paralímpicos do dia, a capixaba Lorraine Gomes Aguiar, da classe T12 (deficiência visual), registrou o segundo melhor tempo do mundo no ano na prova dos 100m, com a marca de 12s12, mais rápida do que os 12s16 que havia obtido no último Desafio Brasil da modalidade, também em julho. À tarde, já pelas semifinais da mesma disputa, a velocista correu em 12s06, melhorando novamente a sua melhor marca pessoal. O tempo só fica atrás do feito pela potiguar Clara Daniele, que fez 11s81 no Desafio Brasil de atletismo, também CT, em julho.
Na infância, a atleta do clube IEMA (SP) foi diagnosticada com um câncer raro que comprometeu sua visão. Iniciou no paradesporto por meio de um projeto escolar e migrou para o atletismo, modalidade em que passou a se destacar. Entre suas principais conquistas estão duas pratas (100m e 400m) e um bronze (200m) no Mundial de Kobe em 2024, além de dois bronzes (100m e 200m) nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
“Olha, muito, muito feliz, não consigo nem expressar a felicidade que eu estou. É muito bom você competir e melhorar sempre. Participar dessa competição que reúne as melhores atletas do país, para mim é uma honra estar ao lado delas. Isso me incentiva a melhorar cada vez mais. Eu sei que essa marca é boa, mas eu treino por mais. Estou feliz de estar constante, cada competição a gente melhora um pouco. E essa marca seria medalhista de prata em Paris 2024. Eu sonho com os 11s, sei que estou perto. Teve erro técnico, mas isso a gente ajusta. Agora é seguir trabalhando e esperar a convocação”, afirmou Lorraine, referindo-se à lista que será divulgada pelo CPB para o Mundial será realizado na Índia, entre setembro e outubro.
Já a maranhense Rayane Soares, da classe T13 (deficiência visual), finalizou a prova dos 400m com o tempo de 56s03, sua segunda melhor marca do mundo do ano. Ela já havia registrado 54s92 em maio, que segue como o melhor tempo mundial de 2025 na classe. No Troféu Brasil, a atleta do Instituto Athlon ficou atrás apenas da atleta olímpica Suellen Vitória Silva, do Praia Clube, que marcou 56s02.
“Estou feliz pela marca, mas sabemos que não estamos conseguindo render bem nos tiros longos. Acredito que sabemos o que está acontecendo, agora é organizar, ajustar e chegar bem no Mundial”, disse Rayane.
Na mesma prova (400m), a campeã paralímpica Fernanda Yara, do clube Instituto Athlon, fez o tempo de 1min00s47 pela classe T47 (deficiência nos membros superiores).
O dia também contou com a participação da potiguar Jardênia Félix, que saltou em 5,80m pela classe T20 (deficiência intelectual) e ficou abaixo da sua melhor marca do ano, de 5,94m, feitos no Desafio Brasil de atletismo, no começo do mês.
À tarde, pela final dos 100m, o paulista Lucas Pereira, do Time Nauru, reduziu sua marca pessoal e registrou o melhor tempo mundial do ano. Fez 10s73 pela classe T46 (deficiência nos membros superiores). A melhor marca do atleta na temporada até então era de 10s84.
A competição para os atletas paralímpicos segue como preparação final para o Mundial da modalidade, marcado para 27 de setembro a 5 de outubro, na Índia. Mesmo já com um dos critérios pré-estabelecidos, os atletas devem aguardar a convocação oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Patrocínio
As Loterias Caixa, a Caixa, a Braskem e a Asics são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
As atletas Rayane Soares, Fernanda Yara e Lorraine Gomes são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.
Time São Paulo
As atletas Jardênia Felix, Fernanda Yara e Rayane Soares integram o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154 atletas.