Nova Déli 2025: Superterça começa com tetra de Claudiney Batista e prata inédita nos 100m

Claudiney Batista levou a medalha de ouro no lançamento de disco F56 em Nova Déli I Cris Mattos/CPB

O dia em que o Brasil disputa 17 finais no Mundial de atletismo em Nova Déli começou com um tetracampeonato do mineiro Claudiney Batista no lançamento de disco F56 (que competem sentados) e a primeira medalha de prata nos 100m do paulista  Matheus de Lima, da classe T44 (deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese).

Os paulistas Beth Gomes e  Daniel Martins também subiram ao pódio com a prata nas provas do arremesso de peso F53 e 100m T20 (deficiência intelectual), na madrugada desta terça-feira, 30.

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Com isso, o Brasil voltou a liderar o quadro geral de medalhas, com cinco ouros, 10 pratas e dois bronzes – 16 pódios no total.

Após vencer a prova do lançamento de disco F56 em Dubai 2019, Paris 2023 e Kobe 2024, Claudiney Batista era o favorito em Nova Déli e confirmou a previsão com 45,67m, mais distante do que os 42,49m do indiano Yogesh Kathuniya, que ficou com a prata, e do grego Konstantinos Tzounis, bronze com 39,97m.

Foi a oitava medalha de Claudiney em Mundiais, a sexta no disco – antes, havia obtido também a prata em Doha 2015 e o bronze em Lyon 2013. Ele comentou sobre a retirada dessa prova do calendário no futuro.

“Com certeza, vinha buscando esse tetracampeonato, mas fica o gostinho de despedida, tomara que no futuro essa prova possa voltar, o fim dessa prova é triste para nossa categoria. Um clima bem tenso [na Índia], hidratação, alimentação, felizmente não tive problema, deu tudo certo o tetracampeonato para o Brasil, quero agradecer todo o pessoal do CPB pelo suporte que dá, agora é pensar em nova prova, vou treinar mais”, disse Claudiney.

A paulista Beth Gomes também chegou ao seu oitavo pódio na história da competição ao conquistar a medalha de prata no arremesso de peso F53 (que competem sentados). Ela teve como melhor marca 7,78m e foi superada somente pela mexicana Gloria Zarza, que fez 7,97m. Foi a segunda medalha de Beth na Índia após o tetracampeonato mundial no lançamento de disco – ao todo, ela soma cinco ouros, duas pratas e um bronze.

“Estou muito feliz em trazer mais uma medalha no arremesso de peso, na qual conquistei a prata. Quase cheguei no ouro, fiz boa prova, bons arremessos, e agradeço ter meus dois treinadores na prova comigo. Eu só tenho gratidão com eles por estarem me acompanhando todos esses anos no Mundial, é gratidão, eu saio daqui com o desejo cumprido”, afirmou Beth.

Já o paulista Matheus de Lima conquistou a medalha de prata nos 100m T44 (deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese). Ele correu a prova em 10s99 e cravou o novo recorde das Américas. O vencedor da disputa foi o saudita Naif Almasrahi, que fez 10s94, novo recorde mundial.

É a primeira medalha de prata do velocista – antes, Matheus só havia conquistado uma medalha de bronze também nos 100m em Paris 2023.

“Estou muito feliz, fazia tempo que buscava essa corrida, não estava achando. Até os 70 metros ali eu estava na frente, que eu percebi, mas o saudita veio buscando, buscando, tentei controlar minha corrida, só que a corrida foi muito rápida, fazia tempo que eu buscava essa corrida, batendo o recorde. Agora tenho que quebrar o recorde dele, vai ficar para a próxima disputa”, disse o velocista.

A terceira medalha de prata do dia veio na final dos 400m T20 (deficiência intelectual). O paulista Daniel Tavares Martins voltou a conquistar uma medalha na competição ao cruzar a prova na segunda colocação, com o tempo de 47s50. O espanhol David Jose Mejia foi o vencedor da disputa, com 47s12.

Tricampeão mundial na prova (Doha 2015, Londres 2017 e Dubai 2019), o velocista de Marília (SP) havia sido medalha de prata na mesma disputa em Paris 2023 – apenas em Kobe 2024, não subiu ao pódio.

Outros brasileiros envolvidos em finais nesta madrugada, o gaúcho Jean Silva, estreante em Mundiais, terminou na sexta colocação da final dos 1.500m T13 (deficiência visual), com o tempo de 4min03s33, sua melhor marca pessoal na prova. O paulista Henrique Caetano, por sua vez, finalizou a prova dos 200m T35 (paralisados cerebrais) no quinto lugar, com 23s76, cravando novo recorde das Américas.

Já na prova dos 200m T37 (paralisados cerebrais), o Brasil emplacou três finalistas: o fluminense Ricardo Mendonça, com 23s30, o paulista Christian Gabriel, com 23s46, e o maranhense Bartolomeu Chaves, 23s57, avançaram à final.

Os dois primeiros buscam subir no pódio novamente depois do ouro e da prata, respectivamente, na disputa dos 100m, enquanto o terceiro correu sua primeira disputa em Nova Déli. A prova valendo medalha acontece às 8h50 (de Brasília) desta terça-feira.

Nas eliminatórias dos 100m T72 (petra), o paulista Vinícius Krieger  e o fluminense João Matos Cunha, também garantiram seus lugares na final com os tempos de 17s89 e 15s33. A disputa decisiva será às 9h31 (de Brasília) desta terça-feira, 30.

Veja a programação dos atletas brasileiros na manhã desta terça-feira, 30
8h30 – Lançamento de club F32 – Wanna Brito / Giovanna Boscolo (final)
8h35 – Lançamento de dardo F44 – Edenilson Roberto (final)
8h50 – 200m T37 – Ricardo Mendonça / Christian Gabriel / Bartolomeu Chaves (final)
8h57 – 200m T13 – Rayane Soares (final)
9h03 – Arremesso de peso F11 – Alessandro Silva (final)
9h31 – 100m T72 (petra) – João Matos Cunha e Vinícius Marques Krieger (final)
9h38 – 100m T72 (petra) – Edileusa dos Santos (final)
9h45 – 100m T13 – Fabrício Ferreira (final)
11h00 – 100m T36 – Verônica Hipólito (final)
11h07 – 100m T64 – Alan Fonteles (final)
11h26 – 1.500m T11 – Yeltsin Jacques e Júlio Agripino (final)