Nova Déli 2025: Ricardo Mendonça conquista o tri nos 100m em dia de seis pódios para o Brasil

Ricardo Mendonça e Christian Gabriel Foto: Cris Mattos / CPB

O fluminense Ricardo Mendonça conquistou seu tricampeonato mundial na prova dos 100m da classe T37 (paralisados cerebrais) neste domingo, 28, segundo dia do Mundial de atletismo em Nova Déli, na Índia. A disputa contou com o primeiro pódio duplo do Brasil, já que o paulista Christian Gabriel completou a distância na segunda colocação, com 11s23 e cravou sua melhor marca pessoal na prova.

Com a dobradinha, a Seleção Brasileira subiu ao pódio seis vezes no segundo dia na Índia: foram um ouro, três pratas e dois bronzes. Soma agora 10 medalhas no total e lidera o quadro geral de medalhas, com três ouros, cinco pratas e dois bronzes.

Dobradinha nos 100m da classe T37

O Brasil conquistou seu primeiro pódio duplo no Mundial de Nova Déli na prova dos 100m T37 (paralisados cerebrais) com o ouro do fluminense Ricardo Mendonça, que fez 11s16, e a prata do paulista Christian Gabriel, que completou em 11s23 e cravou sua melhor marca pessoal na prova. O indonésio Saptoyogo Purnomo finalizou a prova em terceiro, com 11s29.

Com o título, Ricardo se torna tricampeão mundial após as vitórias na mesma disputa em Kobe 2024 e Paris 2023.

“Muito feliz por esse tricampeonato. Mas eu prometo que ainda vou correr abaixo dos 10 segundos. Essa marca ainda não veio, mas vai vir. Agora é comemorar”, avaliou o velocista.

Outras medalhas para o Brasil no dia

A maranhense Rayane Soares conquistou sua sétima medalha em Mundiais ao terminar a prova dos 100m T13 (deficiência visual) na segunda colocação, com 12s07, sendo superada somente pela irlandesa Orla Comerford, que completou em 11s88. A norte-americana Kym Crosby finalizou o pódio, com 12s41.

Rayane era a atual recordista mundial da prova, com 11s66. Em Nova Déli, ela ainda compete as provas dos 200m e 400m, na qual é a atual campeã paralímpica.

“Gostei da prova, foi uma corrida boa. Com tudo que estamos passando aqui na Índia, muito calor, muita dificuldade de respirar, foi uma boa prova. Agora é tentar dar o melhor nas outras provas também”, analisou Rayane.

A segunda prata do dia veio com um estreante de 17 anos. O fluminense João Matos Cunha, o mais jovem da delegação brasileira que compete em Nova Déli, terminou no segundo lugar na prova dos 400m da classe T72 (que disputam a petra).

O brasileiro completou a prova em 1min07s23 e ficou atrás somente do italiano Carlo Fabio Calcagni, que fez 59s91. O polonês Piotr Siejwa completou o pódio, com 1min14s40.

“Um dia, saindo da escola, eu passei pela pista, nem sabia que era uma pista de atletismo paralímpico, e um treinador me chamou para um teste. Treinei uma vez para uma competição em Florianópolis, o Meeting Paralímpico. Consegui uma marca muito boa. E defini que ficaria na petra. Fiz o Brasileiro sub-20, o Campeonato Brasileiro adulto. E fui chamado para a semana de treinamento na Seleção. Hoje, estou no meu primeiro Mundial e conquistando medalha. Nos 100m, que é minha prova forte, vamos buscar o ouro”, avisou o novato.

Já o rondoniense Kesley Teodoro conseguiu sua primeira medalha em Mundiais ao ficar com o bronze nos 100m T12 (deficiência visual). Ele fez o tempo de 11s04 e foi superado pelo japonês Ryutaro Kano, que correu em 11s01, e pelo norueguês Salum Ageze Kashafali, vencedor com 10s42, atual recorde mundial da prova.

“Há nove anos, eu saí de Rondônia para me profissionalizar no atletismo. É o meu quarto mundial e eu sempre sonhei com essa medalha. Somente as pessoas próximas a mim sabem o quanto eu desejei essa medalha. Tudo o que eu queria era colocar a bandeira do Brasil nas costas e comemorar. É o melhor dia da minha vida”, disse.

Outra brasileira envolvida em finais nesta manhã do Brasil, a paranaense Edileusa dos Santos havia terminado na quarta colocação dos 400m T72 (também petra), com a marca de 1min22s68. Porém, após o término da prova, a espanhola Judith Vila, que havia ficado com o bronze na disputa, foi desclassificada por ter invadido a raia ao lado. Com isso, a Edileusa herdou a medalha da europeia em sua estreia em Mundiais. A vencedora da disputa foi a polonesa Magdalena Andruszkiewicz, que fez a distância em 1min13s98.

O paraibano Cícero Nobre não teve a mesma sorte que os demais brasileiros do dia e terminou na quarta colocação na final do lançamento de dardo F57, com a marca de 49,45m. O medalhista de ouro foi o turco Muhammet Khalvandi, que teve 53,30m como melhor lançamento.

Velocistas garantidas em finais

Já as potiguares Maria Clara Augusto e Thalita Simplício asseguraram seus lugares nas finais dos 100m T47 (deficiência nos membros superiores) e dos 400m T11 (deficiência visual), respectivamente. A primeira velocista, que tem má-formação congênita no braço esquerdo, correu em 12s33 e fez a sua melhor marca pessoal na prova, enquanto a segunda, que nasceu com glaucoma, venceu sua bateria com 1min1s76.

A prova decisiva para Maria Clara será às 9h06 desta segunda-feira, 29. Logo em seguida, às 10h40, Thalita vai buscar seu tetracampeonato na prova ao correr a final dos 400m T11.

Patrocínios
As Loterias Caixa, a Caixa, a Braskem e a Asics são as patrocinadoras oficiais do atletismo.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Cícero Nobre, Maria Clara Augusto, Rayane Soares, João Matos Cunha, Edileusa dos Santos, Ricardo Mendonça, Christian Gabriel e Thalita Simplício são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa e da Caixa que beneficia 148 atletas.

Time São Paulo
Os atletas Kesley Teodoro, Rayane Soares e Christian Gabriel integram o Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 154 atletas.