Depois de temporada em que conseguiu a melhor marca da carreira e a prata em Assunção-2025, promessa brasileira descansa já pensando nos Jogos Olímpicos Los Angeles-2028

Nas últimas décadas, o torcedor brasileiro aprendeu a torcer por uma das provas mais difíceis do atletismo, o salto com vara. A modalidade rendeu ao Brasil o primeiro ouro em mundiais, com Fabiana Murer em 2011, e um ouro olímpico épico em casa, com Thiago Braz, na Rio-2016. Depois de ficar de fora nos Jogos Olímpicos Paris-2024, o Brasil conta com uma nova geração em busca de grandes feitos. Andreas Kreiss é um dos nomes mais promissores. Depois da medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção-2025, uma das promessas do esporte brasileiro para Los Angeles-2028, agora descansa para voltar com força total em 2026, rumo aos Jogos Olímpicos.
Após a prova em Assunção, Andreas bateu um longo papo com a reportagem do Olimpíada Todo Dia, em que revelou o início tardio no atletismo, falou do sonho de ser médico, falou do susto em queda nos Jogos Pan-Americanos Júnior quando esqueceu a cafeína e iniciou a competição com sono, e contou que já está na hora de trocar de vara em busca de alturas maiores. Dois anos depois de uma grave cirurgia, disse estar completamente recuperado, e revelou estar focado em busca dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.
Com o objetivo de conseguir uma vaga aos Jogos Olímpicos Los Angeles-2028, ele já encerrou a temporada e agora pretende descansar do que chama de uma “temporada gigantesca”, na qual conseguiu a melhor marca da carreira, os 5,21m no Mt. Sac Relays, em abril. “Dia 15 de janeiro estarei de novo competindo pela faculdade nos EUA, mas agora preciso de descanso, não só físico, mas mental. Preciso me reconectar com outras partes da minha vida”, disse em Assunção ao OTD.
Falta de cafeína e susto no treinador em Assunção
A medalha de prata veio depois de um susto em Assunção, quando o cancelamento da prova chegou a ser cogitado. Era sexta-feira, 22 de agosto, véspera da Cerimônia de Encerramento dos Jogos Pan-Americanos Júnior. Fortes ventos atrasavam a competição. Com rajadas de até 55km/h previstas, existia um medo forte de que algumas competições fossem adiadas ou mesmo não realizadas. Andreas contou que os atletas, em decisão coletiva, optaram iniciar a disputa por volta das 19h, mesmo com muito vento. Para ele, que nunca tinha começado às 21h, era melhor começar mesmo assim do que ainda mais tarde.
“Eu treino às vezes em condições não tão boas.Então eu já estava acostumado, que pode até ser uma vantagem acima dos outros atletas”. No meu primeiro salto de 4,90m Andreas caiu de mau jeito e assustou. “Eu estava com um pouco de sono, porque demorou muito do 4,80m para o 4,90m. Eu estava buscando cafeína, jurava que tinha na mochila, e não tinha trazido. Então esse foi um erro. Depois daquilo ali, eu conversei com o meu treinador e acordei para a prova. Fui com tudo na segunda tentativa, passei bem alto, e entrei para a prova”, contou Andreas ao Olimpíada Todo Dia, falando que o treinador ficou com medo que ele tivesse quebrado o pé.
Nas últimas décadas, o torcedor brasileiro aprendeu a torcer por uma das provas mais difíceis do atletismo, o salto com vara. A modalidade rendeu ao Brasil o primeiro ouro em mundiais, com Fabiana Murer em 2011, e um ouro olímpico épico em casa, com Thiago Braz, na Rio-2016. Depois de ficar de fora nos Jogos Olímpicos Paris-2024, o Brasil conta com uma nova geração em busca de grandes feitos. Andreas Kreiss é um dos nomes mais promissores. Depois da medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção-2025, uma das promessas do esporte brasileiro para Los Angeles-2028, agora descansa para voltar com força total em 2026, rumo aos Jogos Olímpicos.
Após a prova em Assunção, Andreas bateu um longo papo com a reportagem do Olimpíada Todo Dia, em que revelou o início tardio no atletismo, falou do sonho de ser médico, falou do susto em queda nos Jogos Pan-Americanos Júnior quando esqueceu a cafeína e iniciou a competição com sono, e contou que já está na hora de trocar de vara em busca de alturas maiores. Dois anos depois de uma grave cirurgia, disse estar completamente recuperado, e revelou estar focado em busca dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.
Com o objetivo de conseguir uma vaga aos Jogos Olímpicos Los Angeles-2028, ele já encerrou a temporada e agora pretende descansar do que chama de uma “temporada gigantesca”, na qual conseguiu a melhor marca da carreira, os 5,21m no Mt. Sac Relays, em abril. “Dia 15 de janeiro estarei de novo competindo pela faculdade nos EUA, mas agora preciso de descanso, não só físico, mas mental. Preciso me reconectar com outras partes da minha vida”, disse em Assunção ao OTD.
Falta de cafeína e susto no treinador em Assunção
A medalha de prata veio depois de um susto em Assunção, quando o cancelamento da prova chegou a ser cogitado. Era sexta-feira, 22 de agosto, véspera da Cerimônia de Encerramento dos Jogos Pan-Americanos Júnior. Fortes ventos atrasavam a competição. Com rajadas de até 55km/h previstas, existia um medo forte de que algumas competições fossem adiadas ou mesmo não realizadas. Andreas contou que os atletas, em decisão coletiva, optaram iniciar a disputa por volta das 19h, mesmo com muito vento. Para ele, que nunca tinha começado às 21h, era melhor começar mesmo assim do que ainda mais tarde.
“Eu treino às vezes em condições não tão boas. Então eu já estava acostumado, que pode até ser uma vantagem acima dos outros atletas”. No meu primeiro salto de 4,90m Andreas caiu de mau jeito e assustou. “Eu estava com um pouco de sono, porque demorou muito do 4,80m para o 4,90m. Eu estava buscando cafeína, jurava que tinha na mochila, e não tinha trazido. Então esse foi um erro. Depois daquilo ali, eu conversei com o meu treinador e acordei para a prova. Fui com tudo na segunda tentativa, passei bem alto, e entrei para a prova”, contou Andreas ao Olimpíada Todo Dia, falando que o treinador ficou com medo que ele tivesse quebrado o pé.
Troca por vara mais longa e 5,50m como próximo objetivo
Depois, ele passou no sufoco os 5 metros – apenas na terceira tentativa –, e conseguiu os 5,10m na primeira tentativa. Nas duas primeiras chances para o 5,20m ele saltou bem, mas acabou batendo na vara no final. Ele, portanto, resolveu saltar sua última chance nos 5,25m, para seguir na briga pelo ouro e também estabelecer a melhor marca da carreira. Seu chamado Personal Best (PB), é 5,21m, feita em abril deste ano. Ele estava saltando com uma vara de 4,75m e resolveu arriscar com uma vara de 4,90m. Com o salto inválido, ele terminou com a prata, atrás do venezuelano Ricardo Montes, ouro com 5,45m.
“Eu já estava bem cansado, meus dois primeiros saltos foram muito bons. Daí eu falei com meu técnico que precisava de uma vara mais forte e longa. O salto estava muito técnico, mas faltava um pouco no final. Só que na terceira, eu estava com muito mais confiança, o que pode ser um erro às vezes”, contou Andreas. Mas ele sai de Assunção certo de que pode alçar vôos maiores, e revela que o próximo objetivo é alcançar os 5,50m, o que lhe deixaria na briga para uma medalha no Pan-Americano de Lima-2027.

Andreas Kreiss viu Thiago Braz na televisão e era o “pior atleta” aos 15 anos
Andreas Kreiss nasceu dia 23 de fevereiro de 2004. Ele tinha apenas 12 anos quando Thiago Braz foi campeão olímpico, e o salto com vara ainda parecia era algo muito distante para ele. Ele começou no atletismo em 2009, com 15 anos, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina.
“Eu lembro exatamente onde estava no dia das Olimpíadas. Isso com certeza me inspirou bastante, tanto que no ano seguinte comecei a fazer atletismo. É legal que as pessoas conhecem o salto com vara por causa daquele dia histórico do Thiago Braz. Quando eu falo que faço salto com vara, as pessoas lembram desse dia”, menciona o catarinense.
Ele começou no salto em altura e salto em distância, por influência do professor de educação física, Anderson Decker, e também correu os 800m no atletismo, mas não apresentava o potencial para se desenvolver na pista. Ezequiel Wagner, técnico dele, percebeu que o jovem poderia se dar bem no salto com vara. “Eu era muito desengonçado, não parecia ter nenhum talento ou futuro no atletismo. Eu era o pior atleta possível da minha cidade no salto com vara e consegui conquistar medalha de ouro no nacional sub-16”, revela Andreas.
Amizade com Augusto Dutra e boa relação com Aurélio Miguel
Além das influências de Braz e de Fabiana Murer, um nome importante na formação de Andreas é Augusto Dutra, dono da segunda melhor marca do Brasil, com 5,82m, e prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. “Eu sempre converso com ele, bastante sobre salto com vara. Ele vem me ajudando com coisas para pensar, também me dá motivação. É como um amigo para mim hoje em dia”, disse Andreas. Ele também revelou possuir uma boa relação com Aurélio Miguel, outra revelação do salto com vara, e que ficou em quinto lugar em Assunção-2025.
Então, todo mundo acha que somos rivais porque competimos um contra o outro. A gente se conhece desde os 15 anos, e tem sido uma amizade desde então. Sempre somos colegas de quarto, conversamos fora do atletismo, é uma amizade muito boa que eu pretendo cultivar por vários anos na frente”, reiterando que a dupla tem o costume de se ajudar durante as provas também.
Sonho de ser médico e de ir aos Jogos Olímpicos
Andreas está nos Estados Unidos desde 2023, estudando ciências biomédicas na Universidade do Sul da Flórida, em Tampa, curso necessário para entrar em medicina. A previsão de formatura é para 2027, com a expectativa de tirar um ano sabático, após a graduação, para focar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, antes de finalmente realizar seu sonho de infância ao entrar na faculdade de medicina.
“Desde pequeno sempre quis ser médico, e agora eu estou indo atrás dessa minha carreira como atleta, ao mesmo tempo em que estudo para entrar em medicina. Acordo cedo, vou para o treino, depois estudo e trabalho. Então é uma rotina muito puxada, e para mim é o que mais funciona”. Quando a faculdade de medicina começar, Andreas acha que pode interferir na sua carreira de atleta. “É por isso que eu quero ir para as Olimpíadas primeiro e depois me ingressar em medicina. Porque Olimpíadas é o meu objetivo principal de vida, e eu quero que ele se realize agora em Los Angeles. Vou fazer de tudo pra isso”, completou.
Já recuperado de cirurgia, Andreas vive o melhor dos dois mundos
Em 2023, ele passou por um grande susto ao cair e precisar de uma cirurgia na clavícula. “Naquele ano foi um pouco difícil, inclusive ano passado foi a minha volta ao esporte, mas eu terminei por chave de ouro, em segundo lugar no nacional adulto, campeão brasileiro sub-23 e vice-campeão sul-americano sub-23. Então eu consegui voltar mais forte, saltando melhor e foram apenas três meses perdido. Já tá tudo recuperado, voltei 100%, às vezes até esqueço que fiz a cirurgia”, contou Andreas.
Atleta da Associação Prática de Atletismo (APA) de Jaraguá do Sul, ele continua a treinar com Ezequiel. Eles passam cerca de quatro meses por anos juntos, e quando está nos EUA, continua a contar com a assistência do treinador à distância. “É muito importante eu ainda ter ele na minha vida como treinador”, acredita Andreas, que consegue conciliar a relação estabelecida com o treinador e o clube e a estrutura que encontra nos Estados Unidos.
“A maioria das minhas competições estão no leste, eu compito cerca de umas 15 vezes por ano com outras faculdades da região. Esse ano eu consegui uma vaga nos regionais, e por pouco não consegui ir para o NCAA, que é o nacional. Ano que vem, meu objetivo é competir no nacional e ir ao pódio”, diz Andreas.
Fonte:https://www.olimpiadatododia.com.br/