Brooks dá a largada para entrar na corrida de rua do Brasil

Marca de tênis de alta performance quer competir com Nike, Adidas, On, Hoka e outras marcas

Na maratona que se tornou o mercado de corridas de rua no Brasil (uma das febres deste “novo normal” pós-pandemia), a chegada de uma marca pode bagunçar essa disputa cada vez mais acirrada: a norte-americana Brooks, conhecida como uma das preferidas dos corredores de alta performance. A marca já pôde ser encontrada nas lojas Centauro de 2017 a 2023, mas, em março, iniciou a venda direta com um plano para conquistar o pódio dos atletas amadores do país.

O portfólio, cujo tíquete vai de R$ 800 a R$ 2,3 mil, começa com 90 modelos diferentes de calçados neste primeiro semestre, com expectativa de crescer para as categorias de vestuário nos meses seguintes. Como carro-chefe, a marca traz o Glycerin Max e o Hyperion, os dois principais produtos da marca.

Broks Hyperion Max

“Queremos trazer uma experiência da cabeça aos pés para o consumidor”, explica Daniel Comerian, diretor da marca no Brasil e fundador da Bold, consultoria que, em parceria com a MacroSports faz a gestão da marca norte-americana no Brasil. “Não queremos fornecer apenas a operação do ponto de vista comercial, mas também a experiência da Brooks, com ativações, investimentos, embaixadores e influenciadores”.

Nesse primeiro momento, a Brooks aposta em estratégias de marketing para se tornar conhecida em São Paulo e Rio de Janeiro. A marca vem trabalhando com microinfluenciadores do nicho de corridas, que é a espinha dorsal da marca. Desde 2003, a marca fundada em 1914 passou a focar corridas e maratonas. A partir de 2026, quer ampliar esse público-alvo para brasileiros de outros estados.

Brooks Glycerin Max

Ao contrário de outras marcas de esportes, a Brooks não vai procurar um único rosto (seja atleta, seja celebridade) para se tornar top of mind do brasileiro, diz Comerian. “A marca não costuma ter um herói único para a marca, e sim múltiplos embaixadores. É a coisa do coletivo, de correr em conjunto. É esse o espírito”, explica.

A estratégia é diferente do que a rival On tem feito. No Brasil, a marca suíça se tornou uma estrela em ascensão por conta dos investimentos estratégicos em marca, com parcerias com Zendaya (atriz queridinha da geração Z) e o tenista brasileiro João Fonseca, um dos destaques esportivos do ano. É também diferente da própria Nike, que ganhou o mundo ao se aliar à ascensão de Michael Jordan nos anos 1980.

A Brooks tem nomes mais acessíveis. Nos Estados Unidos, dois grandes nomes de Hollywood se tornaram o rosto da marca: Patrick Schwarzenegger (filho de Arnold e estrela da última temporada de White Lotus, da HBO) e Jeremy Renner (conhecido pelo papel de Gavião Arqueiro nos filmes da Marvel).

A chegada da Brooks acontece em um momento em que as corridas de rua tornaram-se o grande esporte do momento. E o Brasil acompanha o movimento: segundo a Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor, houve aumento de 29% sobre o número de corridas realizadas no país, totalizando 2.827 corridas oficiais de rua.

“O segmento está em um momento muito especial no mundo. E a gente acredita no potencial que a marca pode ter no mercado brasileiro, que é muito aberto”, diz Comerian.

Fonte: Guilherme Guerra do https://pipelinevalor.globo.com/