Com recorde sul-americano, Luiz Maurício coloca o Brasil na final olímpica do lançamento do dardo após 92 anos

Com a marca de 85,91 m, a melhor da vida, feita nesta terça-feira (6/8), no Stade de France, o mineiro de Juiz de Fora, que já tinha quebrado o recorde continental no Troféu Brasil, mostrou que está bem preparado para enfrentar a final da principal competição do ano em sua primeira Olimpíada

O Brasil tem um finalista olímpico do lançamento do dardo após 92 anos. Luiz Maurício da Silva (Praia Clube-Exército-Futel-MG) foi o 6º colocado na qualificação disputada nesta terça-feira (6/8) no Stade de France e está entre os 12 finalistas dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A marca de 85,91 m é recorde brasileiro e sul-americano – Luiz já era o detentor dos recordes (85,57 m) desde o Troféu Brasil, em 30 de junho, quando fez o índice olímpico para estar em Paris. A final será na quinta-feira (8/8), às 15h25 (de Brasília).

Luiz Maurício lança 85,91 m, melhor da vida, recorde brasileiro e continental (Wagner Carmo/CBAt)

O Brasil teve Heitor Medina como finalista do dardo nos Jogos de Los Angeles-1932, 11º colocado com um lançamento de 58 metros. Só voltou a ter um representante na prova no Rio-2016, com Júlio César de Oliveira, que terminou em 16º lugar, sem vaga na final.

Em Paris, o Brasil classificou dois lançadores. Além de Luiz Maurício, Pedro Henrique Nunes (Manaus FA-AM) disputou a qualificatória no Stade de France. Com o resultado de 79,46 m, foi o 19º colocado. Com eles, o lançamento do dardo masculino do Brasil tem experimentado um crescimento exponencial com a disputa interna dos dois atletas. 

Luiz fez três lançamentos acima dos 80 metros – a marca de corte era de 84 m. Foi quarto no grupo B e sexto na classificação geral, entre os 32 atletas que estavam na prova.

O mineiro Luiz Maurício, de 24 anos, começou no atletismo no Cria UFJF, projeto de extensão da Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora, sua cidade natal, aos 11 anos. Em 2020, quando a universidade fechou por causa da pandemia, recebeu o convite para treinar na Escola de Educação Física do Exército (EsEFex), no Rio de Janeiro, com o técnico Fernando Barbosa de Oliveira.

“Um PB nas Olimpíadas foi uma surpresa muito grande. Competir com os melhores aqui, atletas que eu via na televisão. Estar competindo com eles e estar numa final olímpica… não tenho nem o que falar. Foi um bom lançamento e é isso, até o final. Gostei muito da qualificação, tive alguns erros, e agora é chegar na final e ir pra cima”, disse Luiz Maurício que se qualificou com a sexta melhor marca. 

Rafael Pereira vai a semifinal dos 110 m com barreiras
(Wagner Carmo/CBAt)

Rafael Pereira (AABLU-SC) também se destacou no programa do atletismo no Stade de France nesta terça-feira (68). Está na semifinal dos 110 metros com barreiras, que será realizada nesta quarta-feira (07/08), às 14h05 (de Brasília) – Eduardo Rodrigues de Deus (Praia Clube-Exército-Futel-MG) se classificou diretamente, já nas eliminatórias.

Em uma bateria problemática da repescagem, com queima, várias largadas abortadas e a definição dos resultados no photo finish, o brasileiro conseguiu vencer sua série, com 13.54 (-0.5).

O barreirista vinha fazendo uma corrida limpa até bater na 9ª barreira. “Eu estava muito concentrado e vim buscar a minha classificação. Tive uma falha grande na 9ª barreira, bati no ataque e perdi muito tempo. A barreira pune, é sair dela o mais rápido possível, sem bater. Foi uma prova boa e por ter dado esse tiro hoje, vou chegar melhor que meus adversários amanhã, porque vou estar mais aquecido.” 

Eliane Martins (Pinheiros-SP) e Lissandra Campos (Instituto Vicente Lenílson-MT) disputaram a qualificação do salto em distância, mas não passaram à final. Eliane fez 6.36 m (-0.3) e Lissandra, 6.02 m (-0.3), terminando na 23ª e na 31ª colocação, respectivamente. Tiffani Marinho (Orcampi-SP) também não avançou nos 400 metros rasos, terminando sua série da repescagem em 6º lugar, com o tempo de 52.32. 

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